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Cinco motivos para você ser contra as privatizações

Cinco motivos para você ser contra as privatizações

Venda de empresas públicas sempre prejudica a grande maioria da população

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13 de janeiro de 2025, por Análise Política

1- AUMENTO DE PREÇOS 

Esse é o que mais prejudica diretamente o bolso da população. Ninguém compra ativos públicos para fazer caridade, o objetivo é a maximização de lucros.

Quando essa lógica do lucro acima de tudo é aplicada num contexto de monopólio sobre serviços essenciais, o aumento de preços é inevitável. Foi assim com a privatização da água no Amapá. A Equatorial, empresa que assumiu o serviço, aumentou a conta de água em 70%, em 2021/2022. Essa é a mesma empresa que comprou a Sabesp, vendida por Tarcísio em SP e que já subiu em 200% a conta de hospitais. Moradores já relatam preços maiores após a privatização.

O CEO da Equatorial assumiu recentemente que "só as estatais fazem política pública".

Na Bahia, a refinaria privatizada em 2021 realizou 10 aumentos no gás de cozinha desde janeiro de 2024. Com isso, o produto passou de 120 reais no estado, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), com folga o mais caro do Nordeste. O sindicato fala em 154 reais. Em Pernambuco, atendido pela Petrobrás, custa 94 reais.

Nos últimos 5 anos, desde as privatizações da BR Distribuidora (2019) e da Liquigás (2019), na gestão Bolsonaro, a margem de lucro da distribuição/revenda de gasolina, diesel e gás de cozinha aumentou mais de 80%. Hoje, 50% do preço do gás de cozinha é apenas distribuição/revenda, custando mais do que a exploração, refino e ICMS juntos.

Na cidade de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes decidiu privatizar os cemitérios, em 2024. Com isso, os preços subiram 387% em menos de 1 ano, criando uma indústria da morte.

2- AUMENTO DO DESEMPREGO

Entre 2019 e 2023, a Enel demitiu 36% dos seus funcionários técnicos, visando reduzir custos com mão de obra e obter maiores lucros. Com isso, o tempo para restaurar falta de energia subiu 125%! Os paulistanos conhecem bem esse problema.

Privatizada em 2022, a Eletrobrás já demitiu 4 mil funcionários. Está acabando com a "mamata", dirão os Bolsonaristas. Na verdade, é o oposto. O salário dos executivos subiu impressionantes 3.576%. A remuneração mensal do presidente aumentou de 52 mil para 300 mil.

3- CONCENTRAÇÃO DE RENDA/RIQUEZAS

A privatização transforma patrimônio e investimento público com retorno social, em lucro privado. Programas sociais/científicos em potencial viram acúmulo de recursos nas mãos de pessoas já muito ricas, como os acionistas minoritários.

A Petrobrás, por exemplo, distribuiu quase 500 bilhões para acionistas entre 2018 e 2023. Metade disso vai para mãos privadas. Dinheiro que poderia garantir a autossuficiência do país em combustíveis, o que resultaria em redução de preços e mais poder de compra aos brasileiros.

4- AMPLIAÇÃO DA DESNACIONALIZAÇÃO

As privatizações não apenas transferem dinheiro público para uma minoria de super-ricos. Elas também tiram recursos do Brasil para o exterior. A Petrobrás tem 45% dos seus acionistas estrangeiros.

Após a privatização, a Eletrobrás passou a ter 32% de acionistas "não-residentes". A Enel é italiana. A refinaria da Bahia é de um fundo de investimento dos Emirados Árabes, o Fundo Mubadala. O governo anterior queria vender 8 refinarias, mas só deu tempo de entregar três.

Isso se explica pela força econômica do capital internacional, muito maior que o nacional. E mesmo quando são empresas nacionais, o capital tem grande composição estrangeira.

É transferência de investimento público e brasileiro para lucro privado e estrangeiro!

5 - DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

A quinto motivo é a degradação ambiental. O maior exemplo prático disso é o que a VALE fez recentemente no Brasil: dois dos maiores desastres ambientais da história, o rompimento de barragens nas cidades de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019.

Em Mariana, 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro foram despejados pela barragem rompida. Pelo menos 19 pessoas morreram. Cerca de 80% do Rio Doce foi contaminado, quase 700 km.

Em Brumadinho, 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram despejados pelo rompimento, atingindo 18 municípios e mais de 900 mil pessoas. E dessa vez o número de perdas humanas foi ainda maior: 272 vítimas.

A empresa foi privatizada em 1997 por apenas 3 bilhões de reais, o equivalente a aproximadamente 14 bilhões nos dias de hoje, corrigindo pela inflação. Para se ter ideia, somente no acumulado de 2022 e 2023, o lucro dela alcançou 125 bilhões.

A busca incessante pelo lucro não prioriza a proteção ambiental, os direitos trabalhistas, a manutenção de empregos, a necessidade de preços justos e nem sequer a vida das pessoas!

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