Português (Brasil)

O fim da escala 6x1 vai quebrar a economia?

O fim da escala 6x1 vai quebrar a economia?

A nova ofensiva da burguesia contra o avanço da classe trabalhadora é demonizar as consequências do fim da escala 6x1

Compartilhe este conteúdo:

03 de maio de 2025, por Análise Política

As elites sempre se opuseram ao avanço de direitos para a classe trabalhadora. Em 1884, o Diário do Brazil, um jornal importante da época, protestou contra o fim da escravidão: "o capital se retrai. O espírito de empresa desaparece", disseram eles, criticando o movimento abolicionista. Em 1940, com a criação do salário mínimo por parte de Getúlio Vargas, as elites se desesperaram. "Houve precipitação do governo", "revisão do salário mínimo, pedem os industriais", foram algumas das reações do empresariado naquele momento.

 

Em 1962, após Jango criar o 13° salário, o jornal O Globo escreveu que era considerado desastroso para o país a criação da medida, deixando explícito o seu caráter de classe, enquanto porta-voz dos proprietários privados dos meios de produção e super-ricos. Em suma, da burguesia.

O 13° e o Estatuto do Trabalhador Rural, duas medidas que garantiram mais direitos aos trabalhadores, inclusive, foram parte das causas do golpe empresarial-militar contra João Goulart, em 1964.

Agora, novamente, a elite e sua imprensa fazem o mesmo "terrorismo" midiático e psicológico: "a redução da jornada de trabalho não passa de um engodo", disse o jornal O Globo recentemente, repetindo a tática histórica de sempre.

Na verdade, reduzir a jornada dos trabalhadores e acabar com a escala 6x1 é essencial em todos os aspectos, na presente realidade. Significa mais saúde física e mental, menos estresse, menos doenças e mais produtividade.

O organização sem fina lucrativos "4 Day Week Global" fez um experimento ao redor do mundo para testar as consequências da jornada de 4 dias de trabalho por semana, a 4x3. No Brasil, 22 empresas participaram. Eis os resultados especificamente em nosso país:

- Os trabalhadores tiveram 44% mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional

- Eles ganharam 87% mais energia na conclusão de todas as tarefas pessoais e no trabalho

- Adquiriram 60% mais engajamento/envolvimento em seus afazeres, melhorando a qualidade

- A execução das tarefas profissionais melhorou 56%

- O cumprimento de prazos subiu 52%, potencializando a produtividade

O diretor do Hospital Indianópolis, empresa que participou do experimento, relatou redução de faltas ao longo do período.

"As faltas e atrasos realmente melhoram bastante porque a pessoa consegue se organizar melhor. É claro que se ocorre um acidente, tudo bem, mas as ausências sem justificativa diminuíram", afirmou ele. Com maior satisfação no trabalho, os trabalhadores tendem a passar mais tempo, reduzindo os custos das empresas com demissões, multas, treinamentos e processos trabalhistas.

"Em todo dia de folga, eu faço alguma coisa particular. Vou ao banco, passo no médico, levo meu filho na escola, levo no parque para brincar, fico com ele mais tempo, faço minhas coisas de casa", relata Antônia Pinheiro de Jesus, assistente administrativa do hospital.

Com menos estresse e vivendo de forma mais saudável, o surgimento de doenças cai. Com tempo para realizar exames de forma preventiva e descobrir doenças precocemente, a taxa de mortalidade tende a cair.

Convivendo mais com os filhos, a educação das crianças melhora. A presença dos pais na infância e adolescência dos filhos é fundamental.

Com uma sociedade mais saudável e educada, tudo melhora. É aumento de produtividade e redução de custos sociais.

Mas as elites não enxergam assim. Na luta de classes, a burguesia só pensa no próprio bolso de forma imediata, sem olhar para os efeitos positivos a nível coletivo.

Fim da escala 6x1 pra já!

Compartilhe este conteúdo:

  Seja o primeiro a comentar!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo

Nome
E-mail
Localização
Comentário