28 de dezembro de 2024, por Análise Política

Tema que viralizou nas redes sociais no começo de novembro, o fim da escala 6x1 tem o apoio de 64% da população, enquanto 33% se dizem contra a mudança.

Quando os entrevistados foram questionados sobre a jornada semanal de trabalho ideal, a oposição ao 6x1 foi ainda maior: 70% disseram que 2 folgas por semana seria o ideal, enquanto 7% preferem 3 folgas. Apenas 17% disseram que o trabalhador deve trabalhar 6 dias por semana.

A pauta causa uma certa polarização principalmente nos segmentos de renda e idade, com os mais pobres e jovens apoiando mais, enquanto os mais ricos e velhos defendem menos:

CONTRA A ESCALA 6X1, POR SEGMENTOS

- Entre 16 e 24 anos: 81%

- Mulheres: 70%

- Renda até 2 salários mínimos: 68%

A FAVOR DA ESCALA 6X1, POR SEGMENTOS

- Acima de 60 anos: 48%

- Renda acima de 5 salários mínimos: 43%

- Homens: 40%

Considerando o voto dado no segundo turno da eleição presidencial de 2022, eleitores de Lula apoiam mais o fim da escala 6x1 do que os de Bolsonaro, embora ambos sejam majoritariamente a favor: 73% x 53%, respectivamente.

Luta histórica

A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais é uma pauta histórica da esquerda, defendida institucionalmente desde a Assembleia Nacional Constituinte de 1987, e anos antes em mobilizações populares. Esse ano, o vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ) levou a pauta para a campanha municipal, criando o movimento VAT (Vida além do Trabalho) e sendo o mais votado de seu partido na cidade do Rio de Janeiro, com quase 30 mil votos. No Congresso Nacional, a deputada Erika Hilton apresentou uma PEC para ampliar o número de folgas semanais dos trabalhadores, dando fim à escala 6x1.

Com mais de 200 assinaturas de deputados, ultrapassando o número mínimo de 170, a PEC deve ser protocolada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em fevereiro, iniciando a tramitação.

Participamos da mobilização digital

No dia 6 de novembro, o nosso perfil, Análise Política, fez o primeiro post que viralizou no X/Twitter sobre o tema, com 5 milhões de visualizações, denunciando que 100% do PL (Partido Liberal), partido de Jair Bolsonaro, havia se negado a assinar a PEC. Até então, a proposta contava com o apoio de apenas 70 deputados, saltando para 230 assinaturas, 10 dias depois. Com muito orgulho, lideramos o engajamento sobre o tema no X, no auge da mobilização, contribuindo para que a pauta se espalhasse nas outras redes e tomasse conta da internet, na maior mobilização trabalhista do século XXI. Uma luta que está apenas começando!

O Datafolha entrevistou 2002 pessoas de 16 anos ou mais, em 113 cidades, entre os dias 12 e 13 de dezembro. A margem de erro é de 2 pontos e o índice de confiança de 95%.