Governo mexicano é exemplo para a esquerda mundial
Aprovado por 80% da população, governo mexicano dá exemplo para a esquerda mundial, sobretudo na economia
03 de janeiro de 2025, por Análise Política
A esquerda no México é um exemplo mundial, pois protege a população mais pobre e também dialoga com as massas trabalhadoras de renda média. Em 6 anos, Manuel López Obrador, antecessor de Cláudia, ambos do partido MORENA (Movimento Regeneração Nacional), aumentou o salário mínimo em 120%, média de 20% por ano (dados da Comissão Nacional do Salário Mínimo), entregou o menor desemprego da história, 2,6%, e encaminhou ao Congresso uma reforma econômica para estatizar os setores de energia e petróleo. Em novembro de 2024, Cláudia deu continuidade ao projeto e oficializou a volta das empresas Pemex (Petróleos Mexicanos) e CFE (Comissão Federal de Eletricidade) para o controle estatal.
Além do desenvolvimento e soberania nacional, isso significa pensar também nos preços dos combustíveis, que afetam o custo de vida principalmente dos segmentos médios, com consumo maior de carro e gasolina. Profissionais autônomos, como caminhoneiros, perueiros, taxistas, motoristas e entregadores de app também são beneficiados.
Cabe destacar a excelente comunicação dos dois presidentes. Com forte presença nas redes sociais assim como Obrador, Sheinbaum realiza, todas as manhãs, entrevistas coletivas diárias de até 3 horas para pautar o debate público e divulgar o que estão fazendo e pretendem fazer para melhorar a vida do povo. São as "Mañaneras", a pedra angular da comunicação do governo mexicano.
Como resultado de todas essas medidas, iniciadas por Obrador e continuadas por Cláudia, o governo mexicano acaba de registrar a impressionante marca de 80% de aprovação, segundo pesquisa do Instituto mexicano Enkoll, feita esse mês e divulgada pelo jornal El País. Já o MORENA lidera a preferência partidária do eleitorado, com 49%, 35 pontos à frente do segundo colocado, o PAN (Partido de Ação Nacional), de direita.
Exemplo para o Brasil
Já a esquerda brasileira, em grande parte, assumiu acertadamente, desde Lula 1, um papel de protetora dos muito pobres, com a criação de dezenas de programas sociais. No entanto, deixou de dialogar com as famílias de renda um pouco acima de 2 salários mínimos, que hoje são muito mais volumosas que há 20 anos atrás.
A chamada Classe C, cerca de 40% do país, não recebe Bolsa Família e tampouco tem acesso a programas como o Pé de Meia. O salário também não sobe acima da inflação, como acontece com o salário mínimo. Para eles, o que sobra é alta carga tributária, combustíveis e itens essenciais cada vez mais caros, insegurança nas ruas e condições de trabalho ruins. Estamos falando do motorista de ônibus, pedreiro, motoboy, professores, caminhoneiros, auxiliares de enfermagem, enfim, milhões de trabalhadores com salário acima de 2 mil reais por mês. Se ser de esquerda significa defender os interesses da classe trabalhadora, o que temos para esses profissionais!?
A extrema-direita já tem um discurso pronto: reprimir o bandido que rouba o celular financiado em 12 vezes desses trabalhadores, o tráfico que leva os filhos deles para o abuso de drogas e usar da religião, sabendo que quase todos são cristãos, para representá-los ideologicamente.
As pautas identitárias são importantes. Protestar contra o machismo, racismo e homofobia é fundamental, mas é preciso também melhorar a vida social de todo o povo. A esquerda nasceu, durante a Revolução Francesa, para defender os interesses e a vida dos oprimidos, desde as pessoas em situação de pobreza extrema até o trabalhador assalariado de renda média explorado pelos super-ricos.
Temas que precisam de prioridade
Fim da Escala 6x1: chegou a hora de avançar nos direitos trabalhistas! Com a correria das grandes cidades, os avanços tecnológicos (que mecanizam/automatizam processos) e a necessidade cada vez maior do trabalhador se qualificar profissionalmente, é urgente reduzir o tempo de trabalho e ampliar a folga semanal! Essa deveria ser a lógica natural das coisas: quanto mais tecnologia em nossas vidas, menor a necessidade de trabalho humano, reduzindo a carga horária para que exista trabalho para todos.
Estatização de setores estratégicos da economia, como petróleo e energia: as privatizações apenas resultaram no aumento de preços para a população, seja gasolina, diesel, gás de cozinha ou energia elétrica, itens essenciais do dia-a-dia que o Estado precisa garantir a preço justo. Quem usa esses recursos como forma de obter lucro jamais pensará na vida do povo! É preciso lutar por combustíveis mais baratos!
Reforma Agrária para baratear os alimentos: muito se fala sobre a inflação de alimentos nos últimos anos. Entre 2019 e 2022, no governo Bolsonaro, a comida no supermercado subiu impressionantes 47%. Sob Lula, apesar de uma deflação de 0,5% em 2023, os preços voltaram a subir em 2024, cerca de 8%, após a crise climática que gerou o desastre no RS e as queimadas no Norte, Centro-Oeste e SP. Sem uma agenda de profunda reforma agrária, distribuindo e descentralizando a terra, impedindo a concentração nas mãos de poucos e ricos latifundiários, não há como baratear a alimentação.
Enquanto a agropecuária estiver sob domínio de poucos e voltada para a exportação de itens mais lucrativos, como soja, milho e gado, o Brasil terá baixa oferta de alimentos essenciais, como feijão, verduras, legumes e frutas, ficando vulnerável à eventos climáticos. Precisamos fortalecer a agricultura familiar, com mais terra e mecanização da produção, garantindo aumento da produtividade e da oferta interna.
Mais impostos para os ricos e menos para os pobres e a classe média: essa é talvez a pauta que a esquerda mais avançou nos últimos anos. Começamos a debater taxação de grandes fortunas e aumento da isenção do IR, por exemplo. O governo Lula, após a taxação de Fundos Exclusivos de milionários e offshores em paraísos fiscais, agora defende taxar os ganhos acima de 50 mil para viabilizar o aumento da isenção do IR para 5 mil reais, após já ter subido de R$ 1.904 para R$ 2.824 (+48%) em dois anos.
A esquerda precisa ser esquerda, representar as demandas reais de toda a classe trabalhadora. Do contrário, a extrema-direita tomará conta!
Apoio Solidário
Ao fazer uma contribuição solidária de qualquer valor, você ajuda a manter e expandir a mídia progressista, fortalecendo a esquerda e o combate à extrema-direita nas redes sociais!
PIX: analisespoliticas10@gmail.com

Rejeição de Trump dispara e atinge 51%
Atual presidente dos EUA vê popularidade cair rapidamente Saiba Mais +
Trump planeja invadir o México, segundo a revista Rolling Stone
Presidente eleito pode iniciar uma incursão militar no México a partir do dia 20 Saiba Mais +
Melhores do mundo: o Brasil de múltiplas facetas
A diversidade brasileira conquista e encanta o mundo Saiba Mais +
Trump defende anexar o Canadá aos EUA
Presidente eleito se manifestou na rede social Truth Social a favor da anexação Saiba Mais +Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|